Uma dúvida recorrente entre nossos clientes é sobre a Infraestrutura Global da AWS. Perguntas do tipo, onde meus dados vão ficar, como escolho a melhor região, e assim por diante. Hoje vamos explicar estes conceitos para sanar estas dúvidas de uma vez por todas.
Imagine a situação em que você está trabalhando como arquiteto de soluções de uma empresa, e precisa agora provisionar um novo serviço. Você cria a conta da AWS e precisa começar a provisionar os recursos como EC2, EFS, ECS, EKS, enfim…
A primeira decisão a se tomar é, em qual Região da AWS vou provisionar os recursos? isso vai influenciar por exemplo em qual país vão ficar alocados os seus dados. E se sua empresa tiver alguma regra ou legislação que determina que os seus dados precisem ficar em uma determinada região, como projetar a infraestrutura para atender estes requisitos? A Infraestrutura Global da AWS, é composta por Regiões, Zonas de Disponibilidades (AZ’s), e os Pontos de Presença (Edge Location). As Regiões da AWS, são áreas geográficas separadas, onde provisionamos nossa infraestrutura. Elas são distribuídas em todo o mundo para que os clientes possam escolher uma região mais próxima a eles. Quanto mais próxima a região estiver, melhor, desta forma conseguimos reduzir a latência de rede para os usuários finais. Em cada região existem vários locais isolados, conhecidos como zonas de disponibilidade (AZ’s).
Exemplo, a Região de São Paulo possui melhor latência para nós que estamos no Brasil, porém os custos dos serviços da AWS variam de acordo com a Região escolhida, e como já é de se esperar, o “custo Brasil” não ajuda muito.
Outro exemplo de região é a região da Virgínia (EUA), uma das regiões mais utilizadas pelos brasileiros por oferecer o menor custo, além de ser a região fora do Brasil com menor latência em relação às demais.
Uma vez escolhida a Região, e vamos adotar nesse exemplo a Região de São Paulo, precisamos agora escolher a Zona de Disponibilidade onde iremos provisionar nossos recursos e serviços.
Zonas de disponibilidade (AZ’s), estão localizadas e são pertencentes a uma determinada região, cada região tem no mínimo 2 AZ’s, elas são isoladas umas das outras, conectadas por meio de links de alta velocidade, baixa latência e redundante. A ideia é que você utilize as AZs para provisionar suas aplicações com alta disponibilidade, usando sempre mais de 1 AZ
As Zonas de Disponibilidade por sua vez contemplam o conjunto de 1 ou mais data centers. Muitas pessoas querem ir direto ao ponto e pergunta onde estão os data centers da AWS, ou quantos data centers existem, e por uma questão de segurança a AWS não divulga esse número, mas divulga a quantidade de Regiões e Zonas de Disponibilidade, que atualmente em 2022 são, 26 Regiões +8 previstas, e 84 AZs, sem falar nos mais de 410 pontos de presença (CDN), que ainda vamos falar mais a frente neste post.
De forma resumida: Região é um local geográfico e as AZ’s são formadas por um conjunto de data center que ficam contidas dentro de uma Região, para se formar uma região precisamos no mínimo de 2 AZs, e para ilustrar fizemos um diagrama abaixo, veja:

Sobre Regiões
As regiões são mais tolerantes a falhas e têm maior estabilidade porque são isoladas umas das outras. Elas têm seus próprios recursos e esses recursos não replicam dados para outras regiões automaticamente, se precisarmos transferir dados entre regiões, nós, enquanto clientes, devemos configurar essa replicação entre regiões, a AWS por padrão não replica dados de cliente entre regiões.
Se desejar provisionar uma aplicação em um único país, devemos planejar nossa arquitetura para utilizar uma única região, se quisermos executar essa aplicação globalmente, é uma boa prática utilizar mais de uma região. Exemplo prático, a Netflix é um grande cliente da AWS e como é um serviço Global ela se beneficia da cobertura global da AWS para escalar suas aplicações de forma global e entregar conteúdo com alta velocidade e baixa latência para seus clientes finais.
Você pode ler mais sobre as regiões da AWS aqui: https://aws.amazon.com/pt/about-aws/global-infrastructure/

Sobre Zonas de Disponibilidades (AZ’s)
Em cada região a AWS agrupa os data centers, e cada grupo de data centers formam uma zona de disponibilidade.
Veja na imagem abaixo, reproduzimos um exemplo da infraestrutura na região da Virginia, que atualmente contém 6 AZs:

Se distribuirmos instâncias em várias zonas de disponibilidade e uma instância falhar, você pode projetar seu aplicativo de forma que uma instância em outra zona de disponibilidade possa continuar servindo sua aplicação sem que o cliente final sinta nenhum tipo de falha.
Esse é o conceito que chamamos de Multi-AZ, podemos provisionar nossa aplicação rodando em paralelo em 2 instâncias EC2 por exemplo, uma na AZ-1, e outra na AZ-2, com um serviço de Load Balancer (ELB), balanceando o tráfego entre ambas de forma que se a infraestrutura de uma AZ falhar, a outra continua atendendo e sua aplicação continua disponível.
Cada AZ tem seu próprio ID único, que será usado para coordenar as zonas de disponibilidade nas contas. Por exemplo, em sua conta AWS você vai ver as AZs divididas entre az1, az2, az3 e assim por diante, de forma que você possa controlar em qual AZ pretende provisionar seus recursos, se necessário, você pode utilizar 2 AZs diferentes para alta disponibilidade.
De acordo com as informações da AWS, existem 84 zonas de disponibilidade espalhadas entre as atuais regiões.
Sobre Pontos de Presença (Edge Location)
Os pontos de presença são utilizados para entregar conteúdo aos usuários finais com menor latência, o serviço Amazon CloudFront usa uma rede global de mais de 410 pontos de presença espalhados nas principais cidades do mundo em 44 países.
O CloudFront é um serviço que funciona como CDN na AWS, podemos utilizá-lo para melhorar a experiência do usuário ao acessar nossas aplicações como sites e lojas virtuais, os pontos de presença funcionam como cache, provendo por exemplo imagens e conteúdos estáticos com baixa latência e alta velocidade.

Agora você já entende os conceitos da Infraestrutura Global da AWS. Entendendo estes conceitos você será capaz de projetar e implantar sua aplicação de maneira eficiente na AWS, explorando toda a sua capacidade da Infraestrutura Global.
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